Nossa Cidade
Calor mobiliza ações do DAE de Sumaré
A onda de calor recorde que atinge Sumaré e demais cidades da região, com temperaturas que ultrapassaram os 36,7ºC, faz com que as pessoas, comércios e empresas em geral consumam mais água do que o normal. Segundo a Defesa Civil de Campinas, no último domingo a sensação térmica chegou a 39,5 graus – e sem chuvas para amenizar o calorão ou abastecer os mananciais.
Esse consumo elevado, aliado à crise hídrica que também afeta a disponibilidade de água nos rios e represas desde o início do ano passado, agravou uma situação que já vinha se repetindo há anos em Sumaré: a incapacidade do sistema de distribuição de água tratada de atender toda a cidade em momento de pico de consumo do alto Verão, principalmente nos pontos mais altos dos bairros atendidos pela ETA (Estação de Tratamento de Água) 2, situada no Parque Itália e que fornece para as regiões do Maria Antonia, Matão, Nova Veneza e Picerno.
Por isto, muitos destes “pontos altos” sentem uma queda na pressão nas ligações de água por alguns períodos ao longo do dia.
As bombas da Estação de Captação do Rio Atibaia, que mandam a água bruta para a ETA 2, estão trabalhando no limite de sua capacidade, 24 horas por dia – o que aumenta, por outro lado, o risco de problemas técnicos como o ocorrido semana passada, pela impossibilidade de se programar manutenções preventivas.
Além disso, em função das poucas chuvas (choveu menos da metade do esperado neste Verão), ainda há risco constante de parada momentânea na captação do Atibaia em função da queda na qualidade da água disponível no Atibaia – situações pontuais que vêm ocorrendo há praticamente um ano, mas que não ocorreu nos últimos dias.
MANOBRAS
Tendo de lidar com uma “demanda” superior à sua capacidade de “oferta” de água tratada, que é de cerca de 550 litros por segundo na ETA 2, e visando minimizar o problema e atender a todos os bairros todos os dias, a equipe técnica do DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Sumaré intensificou esta semana as chamadas “manobras técnicas” nas suas adutoras e reservatórios.
Estas “manobras técnicas” são realizadas apenas quando há necessidade, sempre de forma pontual, e consistem no fechamento, de forma alternada entre as regiões, das adutoras e reservatórios de grande volume. Isto permite que a pressão no bairro ou região que recebe água naquele momento seja suficiente para encher as caixas d’água dos imóveis.
Segundo o DAE, “as manobras visam sempre a normalização dos níveis dos reservatórios de grande volume dos bairros (ou, se for o caso, das caixas d’água domiciliares dos bairros que não contam com reservatórios de grande volume), o que pode causar eventuais perdas de pressão da água nos pontos mais altos de outras regiões do município”.
(Esta medida também pode ser adotada, a qualquer momento, na Região Central, atendida pela ETA 1.)
ECONOMIA NECESSÁRIA
O DAE já deflagrou, nos últimos dias, a comunicação direta sobre a necessidade de economia junto à população, através de utilização de serviços de carros de som. A mensagem pede a compreensão dos consumidores neste momento de crise e reforça, mais uma vez, o apelo para que toda a comunidade utilize a água tratada com moderação e máxima economia.
“Toda a população deve fazer economia, principalmente os moradores das partes mais baixas dos bairros afetados, de forma que a pressão da água chegue mais rapidamente aos consumidores das partes mais altas graças às manobras”, salientou a autarquia.
Segundo a direção do DAE, a única medida cabível e adotada no momento são estas manobras, e por isso não é correto dizer que estaria havendo qualquer “corte” sistemático, “rodízio”, “racionamento” ou suspensão parcial ou total na captação ou tratamento neste momento. “Até porque, no caso da Captação do Atibaia, trata-se de um rio e não de uma represa, e a água não captada não pode ser ‘armazenada’”, explicou o órgão.
Felizmente, segundo a Meteorologia, o calor deve diminuir nos próximos dias. Infelizmente, no entanto, não deve chover muito até o fim do mês.
INVESTIMENTOS CONFIRMADOS
A médio e longo prazos, todos estes problemas serão resolvidos graças ao cronograma de investimentos estabelecido em 19 de dezembro de 2014, quando a prefeita Cristina Carrara assinou o contrato de concessão onerosa dos serviços de Água e Esgoto por 30 anos. Atualmente em período de “operação assistida”, a concessionária assume definitivamente o serviço até o final de março.
A partir de agora, a concessionária, a Odebrecht Ambiental Sumaré, terá que realizar uma série de obras e melhorias no sistema de Água, incluindo a redução, para menos da metade, do atual índice de perdas total de água tratada (na casa dos 50%), bem como investir na captação, tratamento, adução e, principalmente, reservação de água nos bairros. Estes investimentos exigidos na concessão devem sanar de vez estes problemas típicos do Verão em Sumaré.
Esta economia de água tratada terá um imenso impacto na percepção de falta d’água por parte dos consumidores dos pontos mais altos da cidade.