Morador de Sumaré pede habeas corpus para Lula
Um morador de Sumaré, sem formação jurídica, protocolou anteontem um pedido de habeas corpus provisório para impedir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja preso por conta das investigações da operação Lava Jato, que apura corrupção na Petrobras, embora Lula não seja alvo das investigações.
Maurício Ramos Thomaz disse que fez isso para combater o que considerou abusos do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. Segundo ele, Moro não tem competência. Thomaz se intitula consultor jurídico e diz que vários advogados os procuram quando têm casos muito difíceis.
O consultor afirmou que é de esquerda e por isso tem de reagir aos ataques a Lula. “Não sou petista porque também voto no PSol. Não leio jornal e nem vejo televisão. Um amigo me ligou e comentou que disseram que o Lula poderia ser preso e perguntou se era verdade. Então fui estudar o caso, vi que havia uma possibilidade, pequena, mas havia. Minha intenção era constranger o juiz”, afirmou.
Thomaz disse que não tem ligação com Lula e uma vez, em 1985, o ex-presidente foi a um local onde ele trabalhava em São Bernardo do Campo e apertou sua mão, mas não trocou nenhuma palavra.
“Isso era para ficar em segredo. Eu fiz o pedido pela Internet, não era para ninguém ficar sabendo. Agora está essa repercussão. Eu fugi para Hortolândia, na casa da minha irmã, para estudar a estratégia. Estou bêbado e vou beber muito para pensar melhor”, disse.
Thomaz, que morou em Campinas quando veio de Arapongas, no Paraná, sua terra natal, disse que entrou para a área jurídica depois de conhecer uma advogada na biblioteca da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O consultor conversa de forma rápida e agitada e muda de assunto com a mesma velocidade. Ele afirma que odeia a Justiça do Paraná, que “é a pior do País”.
“Tenho vários processos e até onde eu deveria ser condenado eu não sou. Eu manipulo as coisas a meu favor, isso tem que acabar, tem que acabar. A partir do momento que eu manipulo as coisas ao meu favor tem que reagir”, disse sem entrar em detalhes, enquanto bebia num bar, segundo ele.
Thomaz afirmou que seu objetivo é “destruir” um primo, que segundo ele trabalha com um desembargador no Paraná. “Eu vou destruir também o Sérgio Moro por causa dele. Eu não vou desistir enquanto não destruir ele, é uma questão pessoal e familiar, ele se acha mais inteligente que eu, mas não é. Não existe ninguém mais inteligente que eu”, concluiu Thomaz.
Fonte: Todo Dia
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