Sumaré busca alternativas para agilizar saúde publica

picada de escorpião

Assim como todos os demais órgãos e unidades que compõem a Rede Pública de Saúde da RMC (Região Metropolitana de Campinas), a Secretaria Municipal de Saúde de Sumaré tem enfrentado dificuldades para obter vagas de leitos em hospitais de referência para a transferência de pacientes já estabilizados nos PSs (Pronto Socorros) e PAs (Pronto Atendimentos) e que precisam de internação. Por isso, a titular da pasta, doutora Fauzia Raiza, tem realizado uma série de reuniões e encontros técnicos – e também anunciou a adoção de um novo projeto na Rede Municipal que visa diminuir as próprias internações.

Nesta segunda-feira, 22 de junho, ela esteve com o superintendente do HES (Hospital Estadual de Sumaré), o médico Luiz Roberto Lopes, para debater o tema – e pôde comprovar todos os esforços já realizados pela unidade de referência, que também está com a totalidade seus leitos ocupados. Ainda esta semana, ela se reúne novamente para tratar do assunto, desta vez com a Central de Regulação do SAMU que atende Sumaré e Hortolândia. Recentemente, ela também se reuniu em São Paulo com a direção da CROSS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), estadual.

“Toda a nossa região está com dificuldades para transferir pacientes de maior complexidade para leitos de internação em hospitais de referência. O Hospital Estadual de Sumaré, por exemplo (que atende seis cidades), está com 100% dos leitos lotados, não há má vontade deles nem da Prefeitura. Infelizmente, é um problema que não é só de Sumaré, mas da Região e do SUS no Brasil todo. Temos que conversar e debater soluções regionais para este problema”, explicou Fauzia.

Segundo ela, a Secretaria Municipal de Saúde de Sumaré já vem tomando várias medidas, ao longo dos últimos meses, no sentido de agilizar estas transferências de pacientes. “Temos um estreito relacionamento com a direção do hospital de referência mais próximo, que é o HES. Todas as medidas possíveis estão sendo tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde para minimizar a dificuldade nas transferências de pacientes para o hospital”, garantiu Fauzia – lembrando em seguida que, como não possui hospital, apenas unidades de Pronto Atendimento, a Rede Municipal sumareense só dispõe de leitos de estabilização e observação, e não de internação.

INTERNAR MENOS

Outra medida decidida por Sumaré é uma ação local no sentido de diminuir as próprias internações e, portanto, as transferências para hospitais de referência – através da chamada “referência e contrarreferência”, sistema que será implantado a partir de julho em toda a Rede Municipal de Saúde. Resumidamente, todo paciente que ficar em observação por mais de 24 horas sairá do serviço em que esteve com uma guia de contrarreferência para a Rede Básica e com a consulta de acolhimento em sua unidade de saúde agendada.

“A contrarreferência consiste no procedimento de marcar uma consulta de acolhimento para o paciente que deixa a internação ou a observação (nos casos dos atendimentos em PSs). Se a pessoa ficou em observação, é porque tem um problema. Se é algo que pode ser monitorado pela Rede Básica, o paciente já vai ter seu relatório enviado para a Unidade Básica que atende seu bairro. Dependendo do que for averiguado neste acolhimento e do que constar no relatório, a enfermeira já vai encaixar uma consulta com o médico de unidade. A ideia é evitar uma segunda internação por uma doença crônica que pode ser controlada, através de um tratamento adequado e de um acompanhamento médico realizado na Rede Básica”, explicou a secretária.

“Entendemos que até 70% das internações e observações são por doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes, doenças circulatórias, entre outras – que são inclusive a maior causa de óbitos prematuras em adultos menores de 70 anos. Portanto, estes pacientes merecem esta atenção diferenciada”, acrescentou.

Um sistema parecido poderá ser adotado também pela equipe do próprio Hospital Estadual de Sumaré: a contrarreferência a partir da demanda do HES. Assim, o paciente do Hospital, após avaliação e se detectado um problema que pode ser resolvidos na Rede Municipal, também será referenciado (encaminhado) para a Rede Básica de Saúde ou os PAs municipais. “Esta medida visa reduzir a ocupação (por casos de menor gravidade) do Hospital Estadual para que, assim, eles tenham condições de absorver mais pacientes de complexidade maior”, justificou Fauzia.

Share this content: