Nossa Cidade
Tesouras Mágicas, a oficina que faz do sonho uma profissão
Aprender a modelar e montar peças básicas de confecção, com técnicas de corte, costura e acabamento visando qualidade na produção do vestuário. Com essa meta muitas mulheres frequentam a oficina Tesouras Mágicas do Projeto Fortalecer da Prefeitura de Sumaré, por intermédio do Fundo Social de Solidariedade e da Secretaria Municipal de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, executada em parceria com o Instituto Bem Querer. A capacitação em Corte e Costura e Pequenos Reparos é ministrada na Sala de Costura em Nova Veneza e também nos Núcleos Municipais Ipiranga (segunda e quinta), Bom Retiro (quarta e sexta) e Ângelo Tomazin (segunda e quinta). No espaço algumas chegam com a intenção de aprender uma profissão como garantia de renda; outras para realizar um sonho. Depois de sonhar é fundamental traçar uma meta para realizá-lo, então, mãos à obra; ou melhor, mãos na máquina e na agulha. Porque dali estão surgindo novos talentos, novas empreendedoras, sonhadoras realizadas.
A oficina fornece conhecimentos básicos e intermediários para a execução de serviços de reparos e confecções de figurinos. “Empreender é buscar a qualificação, acreditar que é capaz, e fazer acontecer. Por isso a nossa gestão procura investir na população de todas as faixas etárias, porque acreditamos no potencial do sumareense. E a oficina Tesouras Mágicas é exemplo da importância desses cursos, especialmente para as mulheres”, comentou o prefeito Luiz Dalben.
Apesar de ser formada em Assistência Social, Elizabete Brandão, de 44 anos, quer trabalhar com costura criativa. Iniciou o curso para realizar um sonho, pois sempre teve vontade de costurar. Ela disse que aprendeu o básico da costura, como mexer na máquina, colocar botão, colocar linha. Agora usa até máquina overloque industrial. “Isto aqui é minha realização pessoal. Aprendi a arte da modelagem, e já vendo as peças que faço, como lixeira de carro, porta celular, toalha americana, bolsa, porta carregador de celular, enfim, muitos artigos usados no dia a dia”, comenta sorridente.
Ela se deu tão bem na nova profissão que foi orientada a levar seus produtos para vender na feira. Até vai ganhar uma loja virtual. “Meu esposo é programador e está criando um site pra mim, em que as pessoas vão poder conferir todas as minhas criações. Agradeço a Deus, a Prefeitura e a professora que é maravilhosa, pois quando cheguei aqui não sabia nada”.
Para Cilva-Eli do Nascimento Coelho, 45 anos, era um sonho aprender a costurar. Seu primeiro contato com a arte foi na adolescência, quando morava no Paraná. O primeiro trabalho foi num ateliê, em Londrina, pois precisava trabalhar para ajudar a mãe que era empregada doméstica a sustentar os outros quatro irmãos. E se encantou. “Mas como investir num curso se não tinha dinheiro sequer para pegar o ônibus? O tempo passou, e coincidentemente todos os empregos que surgiam na minha vida eram ligados ao ramo do vestuário”, recorda.
Ela se casou e veio embora para Sumaré. Determinada, antes mesmo de iniciar o curso, ousou fazer um pijama. Claro, não foi ‘aquela costura’, mas o suficiente para receber elogios e despertar o sonho adormecido. Hoje, aos 45 anos, e com dois filhos adultos, está conseguindo realizar seu sonho. E a meta dela é abrir o próprio ateliê e fazer roupas para festas. Conta com o apoio familiar, porque além de realizar o sonho do passado, arrumou uma ocupação, já que antes não saia do sofá. “O momento de eu viver o grande sonho chegou! E foi neste curso que aprendi a costurar. Tenho me aperfeiçoado no dia a dia. Meu pastor disse, faça, você aprende fazendo. E já recebi a primeira encomenda: fantasias para o Festival da Etec de Hortolândia”.
Com um filho especial e sem condições de trabalhar fora, Geny Bispo de Freitas decidiu fazer o curso. Costurar em casa foi a maneira encontrada por ela para conseguir um complemento da renda familiar. “Já fazia artesanato, tudo que vai crochê, patchwork, etc. Também fiz o curso Sonharte (Fio a Fio), pois um complementa o outro. Pretendo costurar os próprios modelos, e investir na costura social, que é cara”, diz ela que tem 44 anos.
Quando pisou na Sala de Costura pela primeira vez, sabia o básico dos básicos. E foi ali que tirou as dúvidas e aprendeu. “Fiquei feliz e nem acreditei quando me ligaram falando da vaga, pois estava tentando entrar fazia algum tempo. Hoje, quando me perguntam se eu faço determinado modelo, eu respondo que não, mas encaro a missão e entrego a peça pronta”.
Em três meses de curso, uma grata revelação. É uma aluna que já faz sucesso assim como as demais. Mesmo assim ela continua praticando em casa. E dá o crédito a professora. “Além de competente, nossa professora é paciente e tem o dom de ensinar”.
Aos 64 anos, Maria Isabel Haas Camargo é perfeccionista e delicada. Se ela erra, desmancha e faz de novo; e sem perder o pique nem o humor. “Além de espairecer, aprender algo novo em nossa idade é gratificante. Cheguei aqui sem noção alguma e hoje faço peças de enxovais e artesanato. Minha ideia é começar a receber encomendas e ganhar uma renda extra”.
Ela também elogiou a professora, pela dedicação no ofício de ensinar. “O primordial de tudo aqui no curso, e que consideramos ‘o pulo da gata’, é a professora que é paciente, sensata e experiente”.
Assim como as professoras dos demais cursos do Projeto Fortalecer da Prefeitura de Sumaré, a instrutora Alvarina Giroti Nazari, recebeu elogios unanimes das alunas. “Fico feliz em poder ensinar o que um dia me ensinaram. Se foram pacientes comigo, também sou e serei com as alunas que fazem a oficina Tesouras Mágicas”, comemorou.