Connect with us

Nossa Cidade

Estupros aumentam 640% em Sumaré

Publicado

em

Thiago Alves

Os números são assustadores. Em uma comparação entre o período de janeiro a junho de 2015 e o mesmo período deste ano, a cidade de Sumaré registrou um aumento de 640% nos casos de estupros.  Moradores se dizem assustados e inseguros, sendo obrigados a viverem enclausurados. “Me sinto insegura, até para ir à padaria”, desabafou a assistente administrativa Cinara Guimarâes, de 42 anos e moradora do jardim Maria Antônia.

De Janeiro a junho de 2015, cinco crimes de violência sexual foram registrados no município. Ao longo do ano, o número chegou a dez vítimas. No entanto, os dados de 2016, de janeiro a junho, já superaram todo o ano passado. Em apenas seis meses, 37 vítimas sofreram violência sexual. Os dados foram disponibilizados no site da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo)

“Moro no Maria Antonia e vejo que falta policiamento, drogas ‘rolam’ o dia inteiro e ninguém faz nada. Ligamos pra polícia, mas ninguém aparece. Autoridades da região também não tomam atitude nenhuma. Se quisermos segurança temos que nos trancar dentro de casa”, completou Cinara, resumindo o sentimento vivido pela população sumareense.

A pesquisadora Katia Queiróz, de 27 anos, comentou o sentimento, principalmente por ser mulher, de medo e insegurança. “Me sinto vulnerável, desprotegida e desrespeitada pelos órgãos públicos. Eles tem o dever de proteger a população. Me sinto mal por viver numa sociedade que ainda tem ‘pessoas’ que se julgam no direito de violar outra. É um misto de raiva e ‘bad’”.

Publicidade

Crimes

Em junho, uma menina de 11 anos foi estuprada e acabou engravidando do cunhado, de 25 anos. O estupro foi descoberto pela família cinco meses depois, depois da menina passar mal e a gravidez ser constatada. O acusado confessou o crime para o ex-sogro, pai da menina. No entanto, como não houve flagrante, o homem está respondendo o crime em liberdade.

Em maio, um homem apelidado de “maníaco de Sumaré”, foi preso acusado de cometer dez estupros nas cidades de Bragança Paulista, Campinas, Hortolândia, Monte Mor, Jundiaí, Sumaré e Valinhos. J.L.P., de 33 anos, foi preso em Sumaré.

ATUALIZAÇÃO

Em nota, a Prefeitura de Sumaré informou as medidas de apoio oferecidas as vítimas de violência sexual em Sumaré. Em relação ao pedido de informações sobre o atendimento das mulheres que sofrem violência sexual no município de Sumaré, informamos que:

Publicidade

“A UPA 24h do Jardim Macarenko, principal unidade de Urgência e Emergência da Rede Municipal de Saúde, oferece o atendimento emergencial, ofertando imediatamente atendimento ginecológico, medicação para a profilaxia das DSTs/HIV e gravidez não desejada (ou seja, “coquetel” anti-aids e “pílula do dia seguinte”). Em seguida, a vítima é encaminhada para o CRESSER (Centro de Referência em Saúde Sexual e Reprodutiva, um órgão municipal vinculado à Secretaria Municipal de Saúde)  para o acompanhamento médico, por conta de possíveis reações da medicação ou ajuste da mesma.

O CRESSER também realiza as testagens rápidas para HIV, Sífilis e Hepatites Virais até o encerramento das janelas imunológicas (tempo de aparecimento da doença). Também é ofertado o acompanhamento psicológico aos casos agudos (pontuais)e encaminhamentos para as psicólogas da rede básica de saúde (PSFs e UBSs) de eventuais casos crônicos (que já ocorrem há mais tempo).

Além desse atendimento de urgência provido pela Saúde Municipal, há o atendimento especializado e o acompanhamento psicossocial à vítima, oferecidos pela Prefeitura de Sumaré. Neste caso, há o CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), que mantém um programa municipal de acompanhamento psicossocial de vítimas deste tipo de violência. O procedimento adotado nestes casos inclui o oferecimento tanto de acompanhamento por assistente social quanto por psicólogo. O objetivo do CREAS é sempre focado na cessão da violação do direito da mulher, inclusive prevenindo novas violações.

O primeiro item investigado pela equipe multidisciplinar do CREAS é se a violência ocorreu dentro do seio familiar, ou seja, se o agressor é um membro da família da vítima. A intenção, neste caso, é oferecer todo tipo de informação para que a vítima faça valer seus direitos e evite que a agressão volte a ocorrer, com orientações de como obter, junto à Justiça e à própria Polícia, medidas protetivas que podem incluir o mandado de afastamento e proibição de aproximação. A vítima pode ser encaminhada, inclusive, para abrigamento.

Se o agressor for externo ao círculo da vítima, também é apurado se a mulher ainda está passando por sofrimento psicológico, sendo oferecido o atendimento por especialista se ela assim o desejar, visando permitir que ela supere a dor causada pela violência. O atendimento e acompanhamento só é finalizado quando a mulher superar a dor psicológica causada pela violência e puder prosseguir com sua vida.

Publicidade

.:: CONTATOS/INFORMAÇÕES/DENÚNCIAS ::.

• CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)
Endereço: Avenida Brasil, nº 1.111 – Jardim Seminário
Telefone: (19) 3399-5900
Horário de atendimento: das 8 às 17 horas

• Delegacia de Defesa da Mulher
Endereço: Rua Josias Pereira de Souza, nº 39 – Vila Miranda
Telefone: (19) 3873-3493
Horário de atendimento: das 9 às 18 horas

COMPARTILHE NAS REDES SOCIAIS
Compartilhar no Facebook